PT
O Ginjal, em Almada, é sempre um local a que gosto de voltar. Para além de ter uma das vistas mais bonitas para Lisboa, o seu passeio à beira do Tejo é um ótimo local para encontrar peças recentes de artistas e writers nacionais ou estrangeiros.

Foi por lá que conheci o brasileiro Luan Castilhos, o francês Opaf e a minha nova convidada, a búlgara / georgiana Medea.
Artista multidisciplinar, gosta de captar nos seus desenhos e arte mural (que explora desde 2019) o movimento e a energia de um determinado momento e trazer alegria às pessoas através da sua arte.
Fiquem com a sua entrevista.
Antes de mais, fala-nos um pouco sobre ti.
Chamo-me Medea (Medo), sou originária da Bulgária e da Geórgia, mas desde há 6 anos que vivo em Londres, no Reino Unido.
Toda a minha vida fui uma artista multidisciplinar praticante a tempo inteiro.
Qual é o significado do teu tag Medo?
É apenas o diminutivo de Medeia. O meu nome é originário da Geórgia, uma vez que sou metade georgiana. Medo é o diminutivo de Medeia. Medeia era uma antiga princesa georgiana que deu as Fugas Douradas a José. Medeia era conhecida pelos seus poderes mágicos de cura. O nome Medeia tem a mesma raiz que a palavra medicina. O meu pai queria que eu fosse médica, por isso deu-me o nome de Medeia. Mas eu tornei-me artista.

Em quantos países já pintaste?
Sou uma artista multidisciplinar e, para mim, a arte mural é algo de novo. Comecei a pintar com spray / arte mural desde que me mudei para Londres, no final de 2019. Eu sempre quis aprender a pintar com spray e Londres dá essas oportunidades facilmente. Conheci artistas de mural e graffiti que compartilharam comigo conhecimentos substanciais sobre controle de spray e como preparar a minha parede para a pintura. A partir daí, fui eu.
Como pinto a óleo e acrílico desde os 18 anos, percebo como funciona a tinta, também sei desenhar e, para mim, as latas de spray são apenas mais um meio que gostaria de utilizar para me exprimir.
Já estive em vários países a desenhar e pintar em telas e papéis, principalmente porque estas foram as minhas residências artísticas em que participei quando fui convidada:
2019 Programa de Residência Artística e Intercâmbio Cultural de um mês “Meet Leshan and Jincheng- Sketching and Communication for Artists from Central and Eastern European Countries (CEEC)”, Leshan/ Sichuan e Jincheng/ Shanxi, China;
2018 Selecionada para o BP Portrait Art Award, National Portrait Gallery, Londres, Reino Unido;
2015-16 Bolsa Fulbright de seis meses para Investigador Visitante, na “University of Hawai'i at Hilo”, Hilo, Hawaii, EUA;
2013 Parte do meu trabalho em fibra foi exposto na “14th International Triennial of Tapestry”, com a instalação têxtil “Undulated Surfaces”. Museu Central de Têxteis, Lodz, Polónia;
2013 Dois meses de residência artística na “Cité International Des Arts”, Paris, França;
Além disso, há três anos (2022), pintei o meu primeiro mural internacional em Palermo, Itália. Mas nada de oficial. Apenas um muro legal num parque de estacionamento. Era uma personagem única de uma dançarina de breakdance.
Durante a tua visita a Portugal, o que achaste do nível do graffiti e da street art no nosso país?
Sinceramente, acho que é fantástico! Mais uma vez, estou a julgar de uma perspetiva de uma artista que não é writer ou mesmo artista de rua, mas apenas artista.
O nível de desenho e pintura é incrível em termos técnicos e temáticos. Tão fortes, estilos diversos, criativos! Tanto o graffiti como a street art em Lisboa e em Portugal estão a um nível muito elevado! Muito eclético também.

Tens formação em arte?
Licenciei-me em “Fibras e Arte Têxtil” no “Saint Luca Art College” (SF. BG.) e licenciei-me com BA e MA na “National Art Academy”, (SF. BG.), bem como, obtive um doutoramento em História da Arte Moderna - Fibras / Arte Têxtil e Pintura, tudo na “NAA”, SF, BG. Tema da dissertação “O papel da cor na arte têxtil / fibra”. Autores. 1960-2010).
Numa palavra, como classificas o teu estilo?
Gosto de captar o movimento e a energia de um determinado momento no tempo e no espaço. Para mim, a minha arte é bastante abstrata, embora seja muito figurativa. Gosto de fazer um esboço antes de encarar a tela ou a parede, ou qualquer outra coisa sobre a qual vou pintar uma peça. Para mim, o esboço é a forma mais pura de expressão e, muitas vezes, é também a minha arte principal. Assim, acho que posso descrever o meu estilo como abstrato, expressionista e também figurativo, lidando muito com música, dança, ritmos de formas, cores, padrões, linhas, emoção. Muito disto deve-se à minha formação em arte têxtil / fibras. Quero dizer, o desenho de linhas e o fascínio por ritmos e padrões. Mas o expressionismo sou eu. Sou uma pessoa muito emotiva.
A minha arte têxtil está muito ligada ao design têxtil e à decoração.
Quanto à minha arte em fibra, arte de instalação, arte performativa e arte em vídeo, posso dizer que são um pouco mais conceptuais e lidam com a ciência; gosto de experimentar técnicas e de ultrapassar os limites com elas. Inventar novas técnicas; temas sociais, psicológicos e políticos. A maior parte dos trabalhos que aqui listei são Arte em fibra; Arte têxtil; Pintura; Desenho e Gravura. Não tenho feito estas formas de arte, exceto gravura, desde 2015. Desde então, concentrei-me sobretudo no desenho e na pintura.
Por isso, não posso dizer exatamente que tipo de artista sou, ou que estilo tenho. Atualmente, toda a gente me relaciona com os esboços que faço ao vivo e depois com as pinturas coloridas em paredes, telas ou outras superfícies.
A música e a dança são uma constante no teu trabalho. Que outros temas gostas de abordar nos teus desenhos?
Haha, quase respondi a esta pergunta na P6. De momento, concentro-me sobretudo no movimento. Gosto de desenhar pessoas a dançar breakdance; pessoas a patinar; pessoas a dançar; pessoas a tocar música.
Acho que Londres fez com que me concentrasse neste tema e, de certa forma, não tenho qualquer desejo de olhar noutra direção. Gosto de dar alegria às pessoas através da minha arte. Fazê-las sorrir. Animá-las com ela.
Que artistas / writers influenciaram o teu trabalho ao longo dos anos?
Não exatamente writers, mas mais artistas, por agora, pois sou muito nova na cena da arte urbana. Estou a gostar, principalmente desde 2020, de: Van Gogh; Picasso; Matisse, Jorge Braque; Modigliani; Kandinsky; Sonia Delaunay; Derain; Jackson Pollock; Helen Frankenthaler; Joan Mitchel; Baselitz; Willem e Elaine De Kooning; Rauschenberg; Basquiat, Keith Haring; Dubuffet; David Hockney; Dale Lewis; Garson Perry a lista continua.
Também já fui comparada a grandes nomes, o que é um grande elogio para mim! Por exemplo, para os esboços: Picasso; Matisse; Mode2; Keith Haring e muitos mais.
Para mim, gosto da forma livre e expressiva e, ao mesmo tempo, concreta e da linha do graffiti em geral. Encontro muitas semelhanças entre o meu conceito de esboço e pintura e as tags de graffiti.
Os ritmos abstratos estão lá, a linha sem fim, as cores, os padrões, o desejo de liberdade, o movimento das linhas.

O que preferes? O estúdio ou a rua?
Esta é uma boa pergunta.
Eu era ambos - uma artista de ar livre e uma artista de atelier sempre.
Isto porque primeiro saio e recolho as minhas referências visuais através de esboços e depois trago-as para o meu atelier e transfiro-as para as minhas telas. Depois pinto as telas. Basicamente, é uma abordagem clássica, como a dos antigos mestres.
Antes, desenhava muito a natureza. E também paisagens urbanas. Os meus esboços costumavam ser feitos em papéis de qualquer tamanho, esboços rápidos a carvão ou a lápis, sem muitos pormenores. Na altura, as pessoas nos meus esboços eram como bonecos de pau.
Desde que me mudei para Londres, primeiro em 2017 e depois em 2019, os meus esboços mudaram para estas ilustrações quase detalhadas em que o principal são as pessoas. Comecei por retratar pessoas em bares, nas ruas de Londres e depois apaixonei-me por desenhar músicos e espetáculos musicais, e mais tarde também pessoas a dançar. Quando estou em Londres, adoro desenhar as ruas e nunca deixo de acrescentar as pessoas aos meus desenhos. Também desenho o que é caraterístico da arquitetura da cidade e, se possível, acrescento alguns graffitis, se existirem, nos edifícios. Penso que as pessoas são a alma da cidade. Ou, onde quer que estejam, não as podemos excluir da fotografia.
Muitas pessoas chamam-me artista de rua, porque estou sempre a desenhar no exterior e, desde que me mudei para Londres, é sobretudo desta forma que crio a minha arte. A razão para isto foi a falta de espaço para um estúdio e de dinheiro para o ter ou para comprar tintas e telas.
Um esboço num papel é muito mais fácil de produzir! Não precisa de um estúdio ou de tintas e telas caras. Além disso, as pessoas sempre gostaram dos meus esboços. Por isso, comecei a vendê-los facilmente desde a primeira vez que criei um esboço com aspeto de ilustração, com pormenores, margens e legendas.
Na verdade, os primeiros esboços deste género foram feitos em 2015-2017, em duas viagens distintas, quando estive nas ilhas havaianas. Na altura, queria retratar mais, pois não tinha máquina fotográfica. E também queria acrescentar uma legenda, para me poder lembrar onde é que este esboço foi criado.
Os meus esboços continuam a ser os protótipos para as minhas telas, murais ou qualquer outro tipo de superfície que eu queira pintar, mas quase não consigo pintar, apesar de agora ter tintas e um estúdio. Só consigo vender os meus esboços e é como um círculo mágico com eles, porque sou um artista independente a tempo inteiro e ganho todo o meu dinheiro com a minha arte.
Por isso, é difícil apoiar-me em algo que é difícil de vender, que, para já, são as telas.
Gostas de absorver os espaços que te rodeiam e transpô-los para os teus desenhos. Quais são os teus locais / cidades preferidos para pintar?
Gosto de retratar o que acho interessante, e desde 2018-2019 acho interessante capturar lugares e pessoas que vejo.
Gosto de retratar lugares e acontecimentos autênticos. Algo que tenha alma, uma história, uma cultura e uma comunidade. Encontro isto muito no ambiente do Hip-Hop; no ambiente do Jazz. Por exemplo, no ano passado, fui desenhar Nova Orleães durante o Jazz Fest e, definitivamente, este tornou-se um dos meus sítios preferidos para criar arte. Também adoro retratar o Havai. Este ano, a 2 de dezembro, vou fazer uma viagem: Los Angeles, Ilhas Havaianas e São Francisco, até 14 de janeiro. Por isso, estou ansiosa por captar estes lugares e as suas gentes!
Também tenho o sonho de visitar e retratar o Japão, a Índia, África. A lista nunca acaba. Para mim, a arte e as viagens são inseparáveis. De certa forma, sou uma nómada e tenho o sonho de visitar todos os lugares do mundo e retratar o seu povo e cultura.

Já participaste em alguns festivais de arte urbana. Houve algum que se tenha destacado em particular?
Festivais de arte urbana, diria que ainda não tive oportunidade de participar. Mas paint jams como o Junk Yard Jam, sim. É uma jam muito fixe em Cheltenham, no Reino Unido, que costuma acontecer no final de agosto. Faço parte dela há três anos.
O que é que toca na tua playlist quando estás a criar?
Ah, essa é uma pergunta muito boa! Então: Jazz (tradicional e contemporâneo); Gangsta Hip-Hop; Break Beat; Reggae; Dub; DnB; Deep House; Minimal.

Já tens alguma representação em galerias. Quando será a tua próxima exposição?
Quem me dera saber! Desde que me mudei para Londres tudo em termos da minha carreira artística se tornou extremamente difícil e lento. O mundo artístico londrino é quase impossível de entrar! Por isso, infelizmente, caí de um patamar muito alto, pois tinha expectativas. A razão pela qual me mudei para Londres foi porque pensei que teria mais oportunidades como artista. E tenho. Vendo mais a minha arte, sou convidada para concertos de música para desenhar, faço capas de álbuns e recebo todo o tipo de encomendas de arte, pinto paredes legais, etc. Mas em termos de galerias de arte, festivais de arte, oportunidades oficiais de arte, são muito escassas ou quase nulas para mim. Até agora, nunca na minha vida recebi tantas rejeições e ignorância do mundo da arte.
Na Bulgária, fui mimada com todo o tipo de oportunidades em galerias de arte, inúmeras exposições colectivas por ano, inúmeros festivais de arte por ano, nacionais e internacionais; inúmeras residências artísticas por ano, nacionais e internacionais; já tive duas exposições individuais e um convite para uma terceira. Não posso dizer que estivesse a vender tanto como agora aqui em Londres. Mas lá na Bulgária pude concentrar-me mais na minha pintura e estava a começar a vender principalmente telas. Mas depois mudei-me para Londres e a minha carreira artística bateu no fundo. Aqui não sou ninguém e muitas vezes esta é uma posição muito difícil. Mas eu queria isto, sabia que ia ser assim. Mas já é assim há demasiado tempo - 5 anos. Estou sozinha na minha jornada, apoiada pela minha mãe, namorado, amigos e pessoas aleatórias que adoram a minha arte e a compram. O que me deixa muito agradecida. Mas gostava de ter oportunidades mais sérias no mundo da arte, uma vez que este tem todas as chaves para abrir as portas a uma carreira artística mais bem sucedida.
Mas não estou a desistir. Faço arte para mim e para as pessoas que a apreciam. Nesta altura, aprendi a ser autónoma como artista. Artista independente. Continuo a candidatar-me a oportunidades artísticas, mas não me importo se for rejeitada e fico feliz quando sou aceite.
Aqui está uma seleção de exposições em que participei e um artigo escrito sobre mim numa revista de tatuagens:
-2024 Exposição colectiva “For One Night Only”. Curador TAR Street Sports, Galleria Objets, Londres, Reino Unido.
-2024 Exposição colectiva “Art Is All About Being Yourself”. Curadoria de Stocke, Pyramids Gallery, Londres, Reino Unido.
-2023 Exposição colectiva “Vignettes- Exploring Nostalgia”. Curadoria de Lara e Greg, BSMT SPACE, Londres, Reino Unido.
-2023 A revista Total Tattoo Magazine publicou um artigo de entrevista sobre os meus esboços ao vivo e a minha arte na sua edição 214, uma vez que fiz esboços ao vivo de forma independente em 2022 e 2023 no Big London Tattoo Show.
-2023 Exposição colectiva “Obsessed”. Curadoria de Teresa Kureckova, Shoreditch Arches, Londres, Reino Unido.
-2022 Residência artística no “Print Club London”. Curadoria de Claudia Hogg, Galeria de Arte Online do Print Club London, Londres, Reino Unido.
- 2019 Exposição individual “Rules for the Game”. Curadoria de Ph.D. Yovo Panchev, Galeria Doza, Sófia, Bulgária.
-2019 Programa de Residência Artística e Intercâmbio Cultural “Meet Leshan and Jincheng- Sketching and Communication for Artists from Central and Eastern European
Leshan/ Sichuan e Jincheng/ Shanxi, China.
-2018 Exposição individual “London In Sketches”. Curadoria de Medea e Rositsa Getsova, Galeria Arosita, Sófia, Bulgária.
Qual é o teu top 3 de artistas / writers?
BOZKO; NASIMO; MOUSE; TAMOONZ

E de artistas / writers estrangeiros?
2Rise; 2Wins; 10Foot; Artik; COPE2; MODE2
Com que outro artista / writer gostarias de trabalhar?
Na verdade, não há um nome ou artista em particular. Apenas gostaria de trabalhar com o maior número possível de artistas. Sou uma pessoa comunicativa e gosto de partilhar conhecimentos e comunicar através da arte.
Qual é a tua obra favorita?
“Guernica” de Picasso.
Quais são os teus planos / projetos futuros?
Continuar a criar arte e viajar, combinar as duas coisas. O resto é o que vier no meu caminho.

Tem alguma história que gostarias de partilhar?
Tenho muitas histórias, porque os meus desenhos ligam-me às pessoas. É assim que conheço todo o tipo de pessoas e estabeleço contactos.
Mas talvez uma das minhas histórias favoritas seja a de quando estava na China, a visitar um templo budista, e havia uns velhos mestres de Kung Fu. Eles fizeram Kung Fu para nós, artistas, e eu desenhei-os. Foi uma das primeiras vezes que tentei captar movimentos extremamente rápidos, exceto quando tentei desenhar surfistas em North Shore O'ahu, Sunset Beach, e senti-me tão entusiasmada. Os mestres de Kung Fu, depois da sua atuação, ficaram muito contentes por eu os ter desenhado. Também posaram para que eu fizesse mais esboços com pormenores e depois tiraram fotografias comigo. Foi espantoso compreender que a arte é uma ligação internacional, uma língua internacional. Não é preciso falar a mesma língua, mas podemos entender-nos através dos desenhos.
Cumprimentos / agradecimentos?
Posso agradecer principalmente à minha mãe e ao meu pai, bem como ao meu namorado e a todos os amigos que me apoiam enquanto artista. A todas as pessoas que acreditam na minha arte, a compram ou simplesmente a amam / conectam e compreendem e me seguem como artista. Tudo isto é o mais importante para mim. Este é o meu verdadeiro Mundo da Arte!
E também um enorme agradecimento de todo o meu coração às galerias e plataformas de arte que escolheram colocar a minha arte nas suas coleções, convidar-me para residências artísticas, dar-me oportunidades de exposição, dar-me uma oportunidade como artista e oportunidade à minha arte tal como ela é.
Fotografias /Photos: Medea
ENG
Ginjal, in Almada, is always a place I like to return to. In addition to having one of the most beautiful views of Lisbon, its promenade along the Tagus is a great place to find recent works by national and international artists and writers.
It was there that I met the Brazilian Luan Castilhos, the French Opaf and my new guest, the Bulgarian/Georgian Medea.
A multidisciplinary artist, she likes to capture the movement and energy of a given moment in her drawings and mural art (which she has been exploring since 2019) and bring joy to people through her art.
Check out her interview.
First of all, tell us a little about yourself.
I am Medea (Medo), I am originally from Bulgaria and Georgia, but since 5 years live in London, UK.
I have been full time multidisciplinary practicing artist all my life.
What is the meaning of your tag (which means fear in Portuguese)?
It is just short for Medea. My name originates from Georgia, as I am half Georgian. Medo is short for Medea. Medea was a Georgian ancient princess who gave the Golden Flees to Joseph. Medea was known for her magical healing powers. The name Medea has same root as the word medicine. My dad wanted me to become a doctor, so he named me Medea. But I became artist.
How many countries have you painted in?
I am a multidisciplinary artist and for me mural art is something new. I started spray painting/ mural art since I moved to London at the end of 2019. I always wanted to learn how to spray paint and London gives such opportunities easy. I met mural and graffiti artists who shared with me substantial knowledge on spray control and how to prepare my wall for painting. From there it was me.
As oil painter and acrylic painter since 18 year old, I understand how paint works, I can also draw, and for me spray cans are just one more medium I’d like to use, in order to express myself.
I have been in quite few countries drawing and painting on canvases and papers mainly as these were my art residencies I participated as I was invited to them:
2019 One month Art Residency and Cultural Exchange Program “Meet Leshan and Jincheng- Sketching and Communication for Artists from Central and Eastern European Countries (CEEC)”, Leshan/ Sichuan and Jincheng/ Shanxi, China;
2018- Shortlisted for BP Portrait Art Award, National Portrait Gallery, London, UK.
2015-16 Six months Fulbright Visiting Researcher Grant, in the “University of Hawai’i at Hilo”. Hilo, Hawaii, USA.;
2013 Showed part of my fibre artwork in “14th International Triennial of Tapestry”, with textile installation “Undulated Surfaces”. Central Museum of Textiles, Lodz, Poland;
2013 Two months Art Residency at “Cité International Des Arts”, Paris, France;
Also, two years ago (2022) I painted my first international mural in Palermo, Italy. Nothing official though. Just a legal wall in a parking lot. It was a single character of a breakdancer.
During your visit to Portugal, what did you think of the level of graffiti and street art in our country?
I honestly think it is fantastic! Again, I am judging from a perspective of just an artist who is not graffiti or even street artist, but just artist.
The level of drawing and painting is incredible technic wise and subject matter. So strong, diverse styles, creative! Both, graffiti and street art in Lisbon and Portugal is on a very high level! So eclectic as well.
Do you have a background in art?
I have graduated “Fibre and Textile Art” in “Saint Luca Art College” (SF. BG.) and graduated the same with BA and MA in “National Art Academy”, (SF. BG.), as well as, I have earned a Phd in Modern Art History Fibre/ Textile Art and Painting all in “NAA”, SF, BG. Subject of dissertation “ The Role of Colour in Textile/ Fibre Art. Authors. 1960-2010).
In a word, how do you classify your style?
I like capturing the motion and energy of a particular moment in time and space. To me my art is quite abstract, although is very much figurative. I like to sketch before facing the canvas or the wall, or anything else on which I will be painting a piece. To me the sketch is the purest form of expression and many time it remains also my main art. So I guess I can describe my style as abstract, expressionistic and also figurative, dealing a lot with music, dance, rhythms of shapes, colours, patterns, lines, emotion. A lot of this is because of my education in Fibre/Textile art. I mean, the line drawing and fascination with rhythms and patterns. But the expressionism is just me. I am a very emotional person.
My textile art is very much textile design and decorative related.
For my fibre art; installation art; performance art; video art I can say that they are a bit more conceptual and dealing with science; love for experimentation with techniques and pushing the limits with them. Inventing new techniques; social; psychological and political subjects. The most of the ones I listed here I have done are Fibre Art; Textile Art; Painting; Drawing and Printmaking. I haven’t done these forms of art, except
printmaking, since 2015 though. I mainly focused on drawing and painting since then.
So I can’t really say fully what kind of artist I am, or style I have. Nowadays everyone relates me to my live sketches I do and then colourful paintings wether on walls or canvases, or other surfaces.
Music and dance are a constant in your work. What other themes do you like to cover in your drawings?
Haha, I almost answered this question in Q6. At the moment I really focus mainly on the motion. I like sketching breakdancing people; skating people; just dancing people; music playing people.
I guess London really made me concentrate on this subject matter and I somehow have no desire at this point to look in other direction. I like giving joy to people through my art. Make them smile. Uplift them with it.
Which artists/writers have influenced your work over the years?
Not exactly writers, more artists I guess for now, as I am very new to the urban art scene. Been into is mainly since 2020: Van Gogh; Picasso; Matisse, Jorge Braque; Modigliani; Kandinsky; Sonia Delaunay; Derain; Jackson Pollock; Helen Frankenthaler; Joan Mitchel; Baselitz; Willem and Elaine De Kooning; Rauschenberg; Basquiat, Keith Haring; Dubuffet; David Hockney; Dale Lewis; Garson Perry the list goes on.
I also been compared to big names, which is big compliment for me! For example for the sketches: Picasso; Matisse; Mode2; Keith Haring and many more.
To me I like the free expressive and at the same time concrete form and line of graffiti in general. I find a lot of similarities to my concept of sketching and painting, and the graffiti tags.
The abstract rhythms are there, the endless line, the colours, the patterns, the desire for freedom, the motion of the lines.
What do you prefer? The studio or the street?
This is a good question.
I used to be both- a plain air artist and a studio artist always.
This is because I first go out and collect my visual references by sketching and then I bring them in my studio and transfer them on my canvases. Further paint the canvases. Basically a classical approach, like the old masters.
I used to sketch a lot of nature before. Also cityscapes. My sketches used to be on any size papers, quick charcoal or pencil sketches, without much detail. People on my sketches then were just like stick figures.
Since I moved to London, first in 2017 and then 2019, my sketches changed in these very detailed almost illustrations where the main thing are the people. I started with depicting people in bars, on the streets of London and then I fell in love with sketching
musicians and music gigs, later also dancing people. When I am out in London I love sketching the streets and I never miss adding the people on my sketches. Also what is characteristic for the city architecture and if possible adding some graffiti if there are any on the buildings. People I believe are the soul of the city. Or wherever they are, you can’t exclude them from the picture.
Many people call me street artist, because I sketch outside all the time, and I mainly create my art this way since I moved in London. The reason for this was lack of studio space really and money to have one, or to buy paints and canvases.
A sketch on paper is so much easy to produce! Doesn’t need a studio or expensive paints and canvas. Plus people always loved my sketches. So I easily started selling them from the very first time I created illustration like looking sketch with details,
margins and caption.
Actually the absolutely first sketches like this I have done in 2015-2017 in two separate trips when I was on Hawaiian islands. I wanted to depict more then as I didn’t have camera. And I also wanted to add caption, so I can remember where was this sketch
created.
My sketches still remain the prototypes for my canvases; murals or any other type of surface I want to paint on, but I hardly manage to paint, even though now I have paints, I have studio. I just mainly manage to sell my sketches and it’s like a magic circle with them, because I am a full time independent artist and I make all my money with my art.
So it is hard to lean on something which is hard to sell, which for now is the canvases.
You like to absorb the spaces that surround you and transpose them into your drawings. What are your favourite places/cities to paint?
I like to depict what I find interesting, and since 2018-2019 I find interesting to capture places and people I see.
I like depicting authentic places and events. Something which has soul, a story, a culture and community. I find this a lot in the Hip-Hop environment; Jazz environment. For example, last year 2023 I went to sketch New Orleans during Jazz Fest and definitely this
became one of my favourite places for creating art. I also love depicting Hawaii. This year Dec 2nd. I will be going on a trip:
Los Angeles; Hawaiian Islands and San Francisco, until January 14th. So I am looking forward to be capturing these places with its’ people!
I also have a dream to visit and depict Japan, India, Africa. List never ends. To me art and travel are inseparable. On a way I am quite of a nomad and have a dream to visit every place on this earth and depict its’ people and culture.
You have already participated in some urban art festivals. Was there anything that stood out to you in particular?
Urban Art Festivals, I wouldn’t say I have had a chance to participate yet. But paint jams such as Junk Yard Jam, yes. It’s a very cool jam in Cheltenham, UK usually happening end of August. I been part of it for three years now.
What plays on your playlist when you are creating?
Oh, this is a very good question! So: Jazz (traditional and contemporary); Gangsta Hip-Hop; Break Beat; Reggae; Dub; DnB; Deep House; Minimal.
You already have some representation in galleries. When is your next exhibition?
Wish I knew! Since I moved to London everything in terms of my art career became extremely difficult and slow. The London Art World is almost impossible to enter! So unfortunately, I fell from very high, as I had expectations. The reason why I moved to London is because I thought I’d have more opportunities as an artist. Which I do. I sell my art more, I get invited to music gigs to sketch, make album art covers and get all sorts of art commissions, paint legal walls etc. But in terms of art galleries, art festivals,
official art opportunities, they are very scarce to almost zero for me. I never received so much rejections and ignorance in my life from the Art World so far.
Back home in Bulgaria I was spoiled with all sorts of art gallery opportunities, group shows countless per year, art festivals countless per year, national and international; art residencies countless per year national and international; had already two solo shows and an invitation for third one. Can’t say I was selling as much as I do now here in London. But there in Bulgaria I was able to concentrate on my painting more and was starting to sell canvases mainly. But then I moved to London and my art career just hit the bottom. Here I am no one and so many times this is a very difficult position. I wanted this though, I knew it was going to be like this. But it’s like this for too long now- 5 years. I’m just alone in my journey, supported by my mom, boyfriend, friends and random people who love my art and buy it. For which I am super appreciative. But I wish I could get some more serious opportunities from the Art World too as it holds all these keys to open the doors for more successful art career.
But I’m not giving up. I do art for myself and the people who appreciate it. At this point I learned how to be self contained as an artist. Independent artist. I still apply art opportunities, but I care less if I get rejected and am happy whenever I am accepted.
Here a selection of shows I been in and an article written about me in a tattoo magazine:
-2024 Group Show “For One Night Only”. Curator TAR Street Sports, Galleria Objets, London, UK.
-2024 Group Show “Art Is All About Being Yourself”, Curator Stocke, Pyramids Gallery, London, UK.
-2023 Group Show “Vignettes- Exploring Nostalgia”. Curators Lara and Greg. BSMT SPACE, London, UK.
-2023 Total Tattoo Magazine published an interview article about my live sketching and art in their 214 Issue as I independently live sketched in 2022 and 2023 the Big London Tattoo Show.
-2023 Group Show “Obsessed”. Curator Teresa Kureckova. Shoreditch Arches, London, UK.
-2022 Art Residency in “Print Club London”. Curator Claudia Hogg. Print Club London Online Art Gallery, London, UK.
- 2019 Solo Show “Rules for the Game”. Curator Ph. D. Yovo Panchev. Doza Gallery, Sofia, Bulgaria.
-2019 Art Residency and Cultural Exchange Program “Meet Leshan and Jincheng- Sketching and Communication for Artists from Central and Eastern European
Countries (CEEC)”, Leshan/ Sichuan and Jincheng/ Shanxi, China.
-2018 Solo Show “London In Sketches”. Curator Medea and Rositsa Getsova. Arosita Gallery, Sofia, Bulgaria.
Who is your top 3 artists/writers?
BOZKO; NASIMO; MOUSE; TAMOONZ
And foreign artists/writers?
2Rise; 2Wins; 10Foot; Artik; COPE2; MODE2
Which other artist/writer would you like to work with?
There is not a particular name or artist really. I just would like to work with as many artists as possible. I am communicative person and like sharing knowledge and communicating through art.
What is your favourite piece?
“Guernica” by Picasso.
What are your future plans/projects?
To keep creating art and travel, combine both. The rest is whatever comes on my way.
Do you have any stories you would like to share?
I have many stories, because my sketches connect me to people. This is how I meet all sorts of people and make connections.
But maybe one of my favourite stories is when I was in China, visiting a Buddhist temple and there were these Kung Fu old masters. They performed Kung Fu for us artists and I sketched them. This was one of the first times I tried to capture extremely quick motion, except when I tried to sketch surfers on North Shore O’ahu, Sunset Beach, and I felt so excited. The Kung Fu masters after their performance were so happy that I sketched them. They also posed for me to create more sketches with details after that, took photos with me. It was amazing to understand that art is international connection, an international language. You don’t have to speak the same language, but can understand each other through drawings.
Greetings/thanks?
I can mainly thank to my mom and dad as well as boyfriend and all friends who support me as an artist. To all the people who believe in my art, buy it or just love/ connect and understand it and follow me as an artist. All this is what matters to me the most. This is my true Art World!
And also huge thanks from all my heart to the art galleries and art platforms which chose to put my art in their collections, invite me to art residencies, give me opportunities for exposure, give me a chance as an artist and chance to my art as it is.
Excellent artist 😍