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Foto do escritorDa Chic Thief

Entrevista # 62 YORKONE (Países Baixos)

Atualizado: 18 de mar.

PT

Foi na entrevista que fiz ao Street Art Damsko que descobri o trabalho do meu novo entrevistado. No seu magnífico registo fotográfico da arte urbana da capital holandesa, as peças de Yorkone captaram-me a atenção pela qualidade e pelas cores vibrantes do seu lettering.



Natural de Amesterdão, o writer é conhecido pelo seu graffiti tipográfico abstrato, com o qual preenche paredes ou telas.



Com quase 40 anos ligados ao graffiti, são vários os trabalhos elaborados para diversas empresas, as obras conjuntas com outros artistas / writers e as exposições que efetuou.



Neste longo trajeto, continua forte o seu amor pelo movimento... sempre a prestar homenagem aos criadores.


Qual é o significado do teu tag?


Comecei a usar o nome York por volta de 83/84. Como uma espécie de homenagem aos criadores.


Tens formação em arte?


Não. Bem, autodidata. Na rua e muito desenho.



Quando começou o teu interesse pelo graffiti e quais foram as tuas influências na altura?


Comecei por volta dos 11/12 anos. Eu sou do norte de Amesterdão, nessa altura usava aparelho dentário e uma vez por mês tinha que ir ao ortodontista no extremo leste de Amesterdão. O graffiti punk estava a rebentar e eu adorava. Então, eu comecei a fazer a minha pequena versão disso. Por volta de 84, quando começaram a aparecer mais e mais imagens da América, tudo se encaixou e toda a minha vida começou a girar em torno do graffiti.


Como era a cena do grafitti quando começaste?


Então, primeiro havia esse estilo de grafitti punk de Amesterdão que muitas vezes envolvia uma personagem. Eu era o Lorde X, ahaha. Então, eu conheci alguns outros tipos e começámos a escrever Trash, cerca de 4 ou 5 escrevíamos o mesmo nome. Esse transformou-se em Quash e depois todos queríamos o nosso próprio nome. Acho que foi no final de 83 que pensei no nome York.


Na maioria, éramos apenas bombers, a taggar muito. Fizemos peças também, mas, para ser sincero, não tínhamos grande estilo. No entanto, atingimos bons spots. Até a esquadra da polícia. Não estávamos na cidade toda, mas definitivamente governávamos o norte. Mais tarde eu e Rebl taggamos a cidade toda. Amesterdão foi totalmente bombardeada nos anos 80.



Em quantos países já pintaste? Alguma passagem por Portugal? Não muitos. Pintei em Londres e na Bélgica. Talvez no futuro.

Quais são os teus spots/cidades favoritos para pintar? Hoje em dia quase só faço spots legais. De vez em quando, alguma ação ilegal. Estou a envelhecer...


Principalmente em Amesterdão, mas pinto em qualquer lugar.


Também pintas em tela. Já fizeste alguma exposição? Sim, já fiz algumas exposições. O que preferes? O estúdio ou a rua? Na verdade, gosto dos dois. Ação ilegal é a melhor. Mas poder levar um pouco mais de tempo para trabalhar numa peça também é bom. O mesmo vale para o estúdio, eu posso realmente entrar nisso, perder-me no meu próprio mundo.



Como é o teu processo criativo e onde vais buscar as inspirações para os teus trabalhos?


Eu desenho muito em casa. Bastante. Então, eu trabalho principalmente a partir de um esboço ao fazer uma parede. E, em seguida, a estilizar as cores.


A inspiração vinha de outros graffitis, mas hoje em dia pode vir de qualquer lugar. Natureza, arquitetura, carros, tipografia. Apenas formas no geral.


Pintas com sketch ou freestyle?


Veja acima.



O que toca na tua playlist quando pintas?


Funk do final dos anos 60/início dos anos 70, rap old school, reggae, dub.


Como avalias o nível do graffiti do teu país?


Isso é muito difícil de responder. Há muitos writers, bombers de comboios e pintores de paredes legais.



Qual é o teu top 3 de writers/artistas holandeses?


Outra pergunta difícil. Eu sou da velha escola, então a crew dos EUA em Amesterdão nos anos 80 deve ser mencionada, principalmente o Delta. Hoje em dia, gosto do trabalho do artista Does. Mas há tantos grandes artistas, é muito difícil fazer um top 3.


E writers/artistas estrangeiros?


Mesma coisa, na realidade. Os criadores do metro de Nova Iorque. Ainda gosto dos estilos MSK de há 20 anos atrás, especialmente o Revok. Há muitos grandes artistas que sigo no Instagram. Demasiados para nomear.



Com que outros writers/artistas gostarias de realizar uma obra conjunta?


Gosto de trabalhar com outros artistas, especialmente quando têm algo original para trazer. Então, novamente, muitos para nomear. Desde que não sejam idiotas.


Qual é o teu melhor trabalho?


Provavelmente ainda a ser feito em algum lugar num futuro distante.



Qual é aquele trabalho que ainda te falta fazer (pelo seu tamanho, dificuldade, localização,...)?


Eu pretendo fazer maior e melhor, de preferência no estrangeiro. Ainda há muito a ser feito. Espero nunca terminar. Que mais é que eu faria?


Quais são seus planos/projetos futuros?


Melhorar. Fazer mais. Conhecer mais pessoas. Divertir-me.



Tens alguma história que queiras compartilhar?


Como todos os writers, tive as minhas aventuras. Mas espero fazer a aventura continuar.


Cumprimentos/agradecimentos?


Amor e paz para todos.


Fotografias/Photos & Vídeos/Videos: Yorkone


ENG

It was in the interview I did with Street Art Damsko that I discovered the work of my new interviewee. In his magnificent photographic record of the Dutch capital's urban art, Yorkone's pieces caught my attention for the quality and vibrant colors of his lettering. Born in Amsterdam, the writer is known for his abstractypograffiti, with which he fills walls or canvases. With almost 40 years linked to graffiti, there are several works created for different companies, joint works with other artists/writers and the exhibitions he has made. In this long journey, his love for the movement remains strong... always paying tribute to the creators.


What is the meaning of your tag?

I took the name York around '83/84. Like a sort of tribute to the originators. Are you trained in art?

No. Well, self-trained. On the street and a lot of drawing. When did you start your interest in graffiti and what were your influences at the time?

I started around age 11/12. I come from the north of Amsterdam, and around that time I had dental braces and once a month I had to travel to the orthodontist in the far east part of Amsterdam. The punk graffiti was booming and I loved it. So I started doing my own little version of that. Around '84 when more and more images from America emerged everything fell into place and my whole life started to revolve around graffiti. What was the graffiti scene like when you started?

So first there was this Amsterdam punk graffiti style which a lot of times involved a character. I was Lord X, haha. Then I met some other guys and we started writing Trash, there were around 4 or 5 of us writing that same name. That turned into Quash, and then we all wanted our own name. I think it was late '83 when I came up with the name York.

We were mostly just bombers, just tagging a lot. We did pieces too, but to be honest, we didn't have that much style. We did hit the good spots though. Even the police station. We weren't all city, but we definitely ruled the north.

Later me and Rebl went all city with tags. Amsterdam was totally bombed in the 80s. In how many countries have you painted? Any passage through Portugal?

Not many. I painted in London and in Belgium. Maybe in the future. What are your favorite spots / cities to paint?

Nowadays I almost only do legal spots. Every now and then an illegal action. Getting older...


Mostly in Amsterdam, but I will paint anywhere. You also paint on canvas. Have you ever had an exhibition?

Yes, I've had a few exhibitions. What do you prefer? The studio or the street?

Actually, I like both. Illegal action is the best. But being able to take a little more time to work on a piece is also nice. Same for the studio, I can really get into it, getting lost in my own world.

How is your creative process and where do you get the inspirations for your works?

I sketch a lot at home. A lot. So I mostly work from a sketch when doing a wall. And then freestyling the colors.

Inspiration used to come from other graffiti, but nowadays it can come from anywhere. Nature, architecture, cars, typography. Just forms in general. Do you paint with sketch or freestyle?

See above. What plays on your playlist when you paint?

Late 60s/ early 70s funk, old school rap, reggae, dub. How do you rate your country's graffiti level?

That's too hard to answer. There are a lot of writers, trainbombers and legal wallpainters. What is your top 3 of Dutch writers / artists?

Another difficult question. I'm from the old school, so the Amsterdam USA-crew from the 80s have to be mentioned, mainly Delta. Nowadays I like the work of the artist Does. But there are just so many great artists, it's too hard to make a top 3.

And foreign writers / artists?

Same thing, really. The originators from the New York subways. I still like the MSK styles from 20 years ago, especially Revok. There are a lot of great artists I follow on Instagram. Too many to name. With which other writers / artist would you like to perform a joint work?

I enjoy working with other artists, especially if they have something original to bring. So again, too many to name. As long as they're not assholes. What is your best work?

Probably still to be made somewhere in the far future. What is that work that you still have to do (due to its size, difficulty, location, ...)?

I plan to go bigger and better, hopefully abroad. There's still a lot to be done. Hopefully I'll never be finished. What else would I do?

What are your future plans / projects?

Get better. Do more. Meet more people. Have fun. Do you have a story you would like to share?

Like every graffiti writer I had my adventures. But I hoping to make the adventure continue. Greetings / thanks?

Love & peace to everyone.

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